Era minha segunda vez fotografando esse que é o maior festival de música sertaneja do Brasil, e vem a cada ano se tornando mais popular e inserindo artistas de outros estilos no line up. Foram dois dias de muito trabalho, e já no primeiro dia fiz essa foto no entardecer de Goiânia. Estava em busca de um angulo diferente, e vi uma roda gigante no fundo do festival, pensei que seria uma boa ideia fazer algumas fotos do alto dela, estava indo em direção e no meio do caminho olho para trás e vejo a cena da foto, ergui a câmera no nível máximo do meu monopé e fiz uma foto, desci a câmera pra ver, ficou fora de quadro, ergui novamente, esperei o helicóptero entrar no quadro e fiz outra, agora certa, então segui em direção a roda gigante pra fazer outras fotos que ficaram boas também e são usadas juntamente com essa para divulgação da tour do festival pelo Brasil e fora dele. Uma outra curiosidade é que essa foto foi feita com uma lente Canon EF24-70mm f/2.8L II USM, que eu não tinha na época e uma semana antes do festival pedi emprestada pro meu amigo Wendel Vieira, então se você tem um evento ou viagem importante pela frente é bom se planejar um pouco antes e ver o que você vai precisar.

Depois de viajar por tantos países, o único lugar que ainda me deixava com frio na barriga para conhecer era esse. Um dos muitos lugares do mundo que queria conhecer e poder fotografar era a Time Square, na Big Apple, por tantos filmes vistos que retratam esse lugar de forma tão mágica sempre me despertou a curiosidade de visitar esse lugar histórico. Estava em tour com o Alok pelos Estados Unidos, porém não teria tempo livre em New York, mas por acaso do destino nosso show que seria em Newark, que fica a 40 minutos foi cancelado em cima da hora, não pensei duas vezes, peguei um uber junto com meus amigos e descemos na esquina da 8th com a 51th e fomos andando, seguindo em direção aquela grande fonte de luz que nos hipnotizava tal qual vagalumes na noite fria de Manhattan. Antes de chegar paramos em uma das muitas barracas de cachorro quente no caminho, o mesmo que via nos filmes e séries, e seguimos andando com o coração acelerado de poder estar ali, no meio de tantos arranha céus e banners de leds coloridos que saltavam aos nossos olhos. Fiz algumas fotos no tripé, outras na mão mesmo, fiz menos fotos do que planejei, escolhi apreciar o lugar através dos meus olhos ao invés das lentes pois estava realizando um sonho de criança, e quando você fotografa muitas vezes não tem tempo de ver o lugar da forma que gostaria, e optei por registrar a maioria das imagens somente na minha cabeça, fiz apenas algumas fotos de recordação, pois pretendo voltar outras vezes a esse lugar f*.

Uma das fotos mais icônicas que fiz na vida foi tirada em 2016 durante uma caravana que fiz com o Alok e mais algumas pessoas para conhecer o projeto Fraternidade sem Fronteiras (FSF) em Moçambique na África. Naquele dia acordamos cedo, tomamos café no alojamento e entramos no micro-ônibus para conhecer a aldeia. Visitamos algumas pessoas que foram ajudadas pelo projeto e no caminho íamos parando onde achávamos que deveríamos parar. Já quase no final do dia conhecemos essa senhora da foto chamada vovó Tefasse, ela nos convidou para conhecer sua humilde casa de barro batido onde mora sozinha, e nos conta que já não tem mais forças para andar grandes distâncias em busca de água, as crianças da aldeia fazem isso por ela, e então nos mostra sua identidade comprovando seus 98 anos nessa vida.Todos voltam para o ônibus enquanto Alok ainda em pé e pensativo a observa, eu entro na casa escura e úmida procurando algo para ser fotografado quando escuto um choro, imediatamente saio e vejo Alok abaixando em frente a senhora, rapidamente ajoelho no chão árido para ficar no nível da cena, nossa guia Dorita abraça Alok e faço o click que durou menos de 1 segundo pois logo ele abraçou a senhora e todos ao redor começaram a chorar. Me contive no momento, pois precisava registrar tudo que acontecia ali, mas de volta ao alojamento olhando a foto não me contive e cai em lágrimas, pensando em tudo que temos e as vezes reclamamos, e que não foi Deus que abandonou a África, e sim nós.